Você sabe a diferença entre as espécies de Mogno Africano?

A madeira conhecida popularmente como “Mogno Africano” possui diferentes espécies, todas do gênero Khaya. Entre elas as duas mais conhecidas e plantadas no Brasil são a Khaya senegalensis e a Khaya grandifoliola (identificada botanicamente no passado de forma incorreta como Khaya ivorensis). Ambas espécies pertencem a família das meliáceas, mesma do mogno brasileiro, da qual herda o nome famoso “MOGNO” e do Cedro rosa. Possuem madeira nobre de grande potencial econômico para comercialização interna e externa podendo ser utilizada para diversas finalidades, e tem sido trazida como alternativas para plantios comerciais devido a resistência ao ataque da broca do ponteiro que ataca o mogno brasileiro e o cedro rosa.

O Khaya senegalensis possui crescimento vigoroso e muita rusticidade ao déficit hídrico, portanto pode ser indicado desde locais que possuam baixos índices pluviométricos até locais onde chovam satisfatoriamente, desde que não haja encharcamento e lâmina d’água. Possui rusticidade quanto a qualidade de solo, se desenvolvendo bem em diversos tipos, até em solos considerados menos férteis, portanto quando falamos em rusticidade estamos falando dessa espécie. Está sendo plantada no Brasil de forma mais intensiva há aproximadamente 10 anos. Possui maior ocorrência de ramos laterais, portanto o espaçamento que deve ser plantado é o 3 x 3 ou 3 x 2 metros, necessitando de programa de podas e desramas até o quinto ano de idade para obtenção de um fuste reto e livre de nós até pelo menos os 8 metros de altura, onde teremos o aproveitamento de 2 ou 3 toras comerciais.

A Khaya grandifoliola por muito anos foi tratada e conhecida como Khaya ivorensis e está plantada em muitos locais do Brasil. Há mais de um ano Gilberto Terra, engenheiro florestal e ex funcionário da Reserva Vale, identificou que poderia haver um erro taxonômico nas árvores plantadas na Embrapa Amazônia Oriental no Pará, haja visto que teve bastante contato com as khayas em seu trabalho na Reserva Vale, e com a ajuda de botânicos especialistas nas khayas do Brasil e do exterior, identificaram a falha na identificação botânica da espécie quando da sua introdução no Brasil, o que levou a publicação de um trabalho e exigirá a correção para o nome correto Khaya grandifoliola. As mudas produzidas com sementes dessa procedência ainda são comercializadas como khaya ivorensis, visto que a documentação das sementes comercializadas dos plantios mais antigos que adquiriram sementes da Embrapa ainda vem com a nomenclatura de khaya ivorensis, o que impede os viveiristas que produzem essa espécie de emitir a documentação de venda de forma correta, fato que deverá ser corrigido ao longo do tempo assim que os produtores de sementes se adequarem e a própria Embrapa Amazônia Oriental se posicionar publicamente informando a correção necessária.

No Brasil, a espécie teve seus primeiros plantios instalados na região Norte no ano de 1976 pela Embrapa Amazônia Oriental do Pará. O espaçamento indicado para a espécie é de 3 x 3m até no máximo 4 x 4m, porém temos visto plantios mais espaçados, como 4 x 5m, 5 x 5m, chegando até 8 x 8m, o que nossa empresa não acredita ser o mais viável economicamente, visto que é uma espécie que passa por um período de domesticação em território nacional, sendo assim, quanto mais árvores tivermos para escolha no futuro melhor será e menos risco haverá para o produtor. Possui menor rusticidade que o senegalensis quanto ao déficit hídrico e qualidade do solo, mas também apresenta menor incidência de ramos laterais, por isso apresenta árvores mais altas, com menor trabalho com relação as podas e desrramas. Devido a altura do fuste, dependendo da forma retílinea poderá gerar até 4 toras de 2 a 3 metros com bom aproveitamento longitudinal.

Ambas espécies necessitam de um programa de desbastes (cortes intermediários para reduzir a população de árvores) ao longo do ciclo, que é dimensionado em 20 anos para seu corte final. Os ciclos de desbastes são sugeridos para os 6 e 12 anos, mas os momentos corretos para fazer os cortes serão determinados pelos inventários, que indicarão quando é necessário diminuir a população de árvores para que a floresta continue a crescer.

A crescente demanda por madeira tropical está levando a novos investimentos em plantios comerciais em todo o país das espécies de mogno africano, inclusive com grandes players internacionais do mercado florestal apostando em plantios de grande escala, o que aquece o mercado florestal em torno dessas espécies de excelente madeira tropical, exploradas até então apenas nas florestas naturais africanas através do manejo florestal, o que levou algumas delas a exaustão e ao risco de extinção.


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